segunda-feira, 12 de julho de 2010

- Sonhos de Amor



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Todos os dias costumo sentar no mesmo lugar, gosto de ver o vento bater, de ficar arrancando algumas folhas, de ouvir o diálogo dos pássaros.
Naquele dia, não me permiti fazer nada disso, algo alterou minha rotina, a voz dela.
Não sabia de onde vinha, mas logo senti que ela estava ao meu lado, chegou como todos os amores chegam, em silêncio, mas em confusão.
Sentou ao meu lado e já começou a falar sobre as nuvens que se formavam com jeito de chuva, sobre como o vento estava mais forte e sobre como tinha certeza que nunca tinha me visto melhor antes.
Sorrindo me permiti calar, mesmo cheio de vontade de berrar que esperava por alguém a vida toda, sorrindo me permiti calar sobre o porquê da minha solidão e fingi enxergar os desenhos que ela descrevia em todas as nuvens e fingi que sabia que os olhos dela eram os mais lindos que já tinha visto.
Mas eu não via nada.
Me acostumei ao destino que a vida me ofereceu e nunca reclamei, só que naquele dia, só naquele dia eu senti muita vontade de ver meu rosto, de ver o modo como meus olhos refletiam na beleza que era tudo aquilo.
E a chuva chegou, ela me segurou pela mão e corremos para dentro de casa, eu me deixei guiar, sem medo, porque das mãos dela vinha uma segurança tão boa de sentir.
- Você não disse praticamente nada até agora - ela comentou.
- É porque gosto do som da sua voz e também porque estava te desenhando em mim.
Ela sorriu, ainda sem entender.
- Posso te pedir um favor?
Eu sabia que podia então nem esperei resposta.
- Eu queria ver a chuva como nunca vi antes, você me mostra?
Segurando firmemente a minha mão, começando a entender mais sobre aquele garoto misterioso de olhar distante, ela me levou para o meio da rua.
- E como estão as nuvens agora?
Então ela sentiu uma vontade tão grande de não dizer nada que apenas me abraçou.
E eu me deixei ficar em um dos únicos abraços que sentia de uma garota na vida, o primeiro abraço depois de muito tempo que me fazia enxergar mentalmente um mundo novo.
- As nuvens ainda estão lá?
- Não, elas estão indo embora. E se você quer mesmo saber, acho até que elas estão envergonhadas.
- Não deveriam, você me disse que elas eram tão belas.
- Disse? É que eu ainda não tinha reparado no menino que se sentava todos os dias no mesmo lugar.
E então ela beijou meus lábios com a maior delicadeza que conseguiu, esperando uma resposta minha para prosseguir.
E desde aquele dia a chuva para mim tem o cheiro dos lábios dela, a chuva tem o som do sorriso da garota dos sonhos que era real.
Energize ! *-*

3 comentários:

Caroline Rigon disse...

Assim eu vou chorar D:
que texto mais romântico e dramáticoo *--*

s2

Rafael disse...

Carol, nem fui dramático, fui mais aventureiro, sério.

Luana Nied disse...

*-* nossa amoooor