quinta-feira, 25 de março de 2010

- old histories

Ele tinha sabe se lá quantos anos, mas chorava feito criança. Não se importava mais com as pessoas passando por ele olhando sem parar, não ligava se a máscara da felicidade estava caída e o contraste do rosto bonito com o relógio de prata não ficasse legal. Ele sofria.
Queria que o mundo acabasse logo para não ter nunca mais que sentir dor alguma, queria nunca mais sorrir, nunca mais chorar, nunca mais lembrar.
Queria qualquer coisa que fizesse o coração insano parar de bater compulsivamente e sossegar no pôr-do-Sol ali na praia.
A praia do primeiro beijo, a praia do 'juntos para sempre', a praia onde um dia eles iriam se casar.
A praia que agora presenciava a despedida de um amor de verão, daqueles que infelizmente não sobem a serra.
As férias estavam indo embora e ela teria que ir junto, prometendo fazer com que Florianópolis fosse logo ali do lado, prometendo pensar nele o tempo todo no avião, o tempo todo a vida toda. Ela prometeu isso.
Ela apertou sua mão, sabia que era inútil fazer promessas, mas as fez, amor para ela era brisa leve, não podia causar tanta dor assim. Ela acreditava no momento. Ele almejava o 'pra sempre'.
O carro da minha mãe parou e buzinou, os olhos cheio de lágrimas e de sonhos tentaram deixar com ela um último sorriso, mas foi impossível.
Puxando com carinho o corpo quente da menina do interior que aprendera a surfar e a amar nos meus braços, dei a ela o melhor abraço, aquele que jamais daria a outro alguém.
Eu também havia aprendido, também havia amado e também estava triste, mas eu sabia que era tudo assim, a vida quase sempre imita o mar.
Ela: - Vou ligar sempre, e a gente se fala por msn.
Eu podia sentir as lágrimas dela.
Então falei: - Vou sempre vir aqui e lembrar você.
O abraço acabou e ela me puxou de volta.
- E eu nunca me esquecerei deste lugar.
Eu pensei que ela falava da praia, do banquinho, do pôr-do-Sol, mas eu era só um aleatório. Ela nunca entendeu que eu falava dos braços dela, do coração batendo no ritmo decorado e do seus olhos que fazia brilhar o peito que eu queria morar para sempre.
- Nunca.
Fiz o máximo de força que consegui e me soltei dela, pelo tempo que fosse preciso até a próxima vez ou o próximo amor.

(Esse ano a encontrarei em Buenos Aires na Argentina, depois de tanto tempo, sinto a falta das coisas que passamo naquelas lindas férias, não dela, mas quero vê-la.)

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