Te fiz ruiva, pintinha no canto da boca. Precisava de algo diferente para acalmar minha alma.
Te fiz frágil mas forte, delicada nas palavras e decidida nas ações. Te moldei ao meu corpo, do tamanho certo para me agradar, para me satisfazer.
Te ensinei minhas canções, fiz com que lesse os meus livros, que decorasse bascára e sempre falasse a fórmula da beleza.
Você amava matemática, era do time de volêi, tinha muitas amigas e de preferência amigo algum.
Tinha os olhos da Sininho e acho que até saberia voar se fosse preciso.
E então esbarrei com você naquela esquina, olhos claros, toque delicado, vestindo a perfeição e cabelos loiro.
Como te reconheci nem sei, afinal, onde estava a menina que gostava de matemática? Onde estava aquela menina que eu sabia que se encaixava com minha vida? Não, não vinha com você. Em lugar nenhum.
Vai ver os amores perfeitos estavam mesmo fora de moda.
E quando eu vi já nem valia a pena mais inventar nada, não valia a pena te recriar, porque você era o que eu queria, numa versão com defeitos de fábrica.
Uma versão mais interessante, nada do que eu pensava, mas isso não faz mal.
Hoje eu gosto de descobrir aos poucos o que tem em você daquela garota fictícia, mas eu enxergo mais você nela do que ela em você.
É, agora o molde mudou, ela é toda desigual, toda complicada de entender, sei lá, de algum modo, ela me remete a você.
Energize! - postagem pra quem eu pretendo dedicar bons dias do meu futuro; Lulu N. ♥
"Noite e dia se completam no nosso amor e ódio eterno. Eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser, eu tiro a roupa pra você. Minha maior ficção de amor, e eu te recriei só pro meu prazer. Só pro meu prazer..."
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